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Carta Mensal - Setembro 2025

  • Foto do escritor: Auro Capital
    Auro Capital
  • há 4 dias
  • 2 min de leitura

    Nos Estados Unidos, as decisões do Federal Reserve (Fed) seguem no centro das atenções dos mercados. O banco central americano enfrenta um cenário desafiador, ao tentar equilibrar seus dois objetivos principais: controlar a inflação e sustentar o nível de emprego.


    De um lado, o aumento das tarifas de importação e a resiliência da economia americana elevam o risco inflacionário. De outro, o mercado de trabalho tem mostrado ritmo mais fraco na geração de novos empregos. Diante desses fatores, o Fed tem se mostrado mais tolerante com uma inflação um pouco acima da meta, optando por iniciar antecipadamente o ciclo de redução de juros. O mercado projeta agora cinco cortes de 0,25 p.p. ao longo dos próximos meses.


    Esse movimento de afrouxamento monetário tem provocado enfraquecimento do dólar e rebalanceamento dos fluxos globais de investimento, beneficiando mercados emergentes e bolsas fora dos Estados Unidos. No Brasil, o Ibovespa avançou 3,4% em setembro.


    Na Europa, a atividade econômica vem se fortalecendo, sustentada pelo consumo, pelos investimentos e por uma política fiscal mais expansionista. Os gastos de defesa e o novo orçamento da Alemanha já produzem efeitos positivos, e a reconstrução futura da Ucrânia, assim que as condições políticas permitirem, tende a acrescentar novo impulso à região.


    A China também tem apresentado desempenho melhor que o esperado, mostrando capacidade de adaptação às novas barreiras tarifárias impostas pelo governo americano. O crescimento econômico se estabilizou e as ações chinesas acumulam ganhos expressivos no ano, contribuindo para um ambiente global mais construtivo, apesar dos riscos associados ao alto endividamento público em diversas economias desde a pandemia.


    No Brasil, o foco recente permaneceu no campo político, com o julgamento do ex-presidente Bolsonaro e as disputas entre o Executivo e o Congresso. A questão fiscal, no entanto, continua sem a devida prioridade: os gastos e benefícios vêm aumentando, sem medidas estruturais para conter despesas ou melhorar a eficiência do Estado. Como resultado, as taxas de juros de longo prazo permanecem elevadas, desestimulando o investimento produtivo.


    O crescimento do PIB e a inflação seguem em trajetória de desaceleração, reflexo da política monetária restritiva mantida pelo Banco Central. A principal dúvida agora é quando se iniciará o ciclo de queda da Selic.


    Apesar do avanço recente da bolsa brasileira, entendemos que esse movimento foi impulsionado principalmente pelo ambiente internacional, e não por fundamentos domésticos. As disputas políticas e a falta de avanços na agenda fiscal continuam limitando uma recuperação mais consistente da economia local. Mantemos, portanto, uma postura cautelosa, concentrando as alocações de maior risco em ativos internacionais e sempre de forma alinhada ao perfil e aos objetivos de cada cliente.

 
 
 

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