Carta Mensal - Julho 2025
- Auro Capital
- 19 de ago.
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O início de julho trouxe uma surpresa relevante para o Brasil: o anúncio de um forte aumento tarifário por parte dos Estados Unidos. O que antes parecia um cenário estável — com tarifa de 10% sobre nossas exportações para o mercado americano — transformou-se em um caso excepcional, com motivações comerciais e políticas, ao se aplicar uma sobretaxa adicional de 40%. Com isso, a tarifa total chegou a 50%. Embora diversas exceções tenham sido anunciadas posteriormente, o impacto estimado ainda afeta cerca de metade do fluxo financeiro entre os dois países.
O mês também foi marcado por elevada polarização política, dificuldades na construção de uma resposta diplomática consistente e forte volatilidade nos mercados locais. No campo político, a aprovação do governo Lula chegou a subir pontualmente, mas retornou aos níveis anteriores. O Ibovespa encerrou julho com queda de 4,2%, enquanto os títulos indexados à inflação recuaram 0,8%.
O Comitê de Política Monetária manteve a Selic em 15% e sinalizou a intenção de preservar esse patamar elevado por um período prolongado. Apesar desse cenário de juros altos, não observamos aumento relevante de inadimplência ou recuperação judicial nas principais empresas que compõem os fundos de crédito privado pós-fixados em que investimos. A atividade econômica doméstica mostra sinais de desaceleração, a inflação segue em leve declínio e o mercado de trabalho permanece em níveis historicamente elevados.
No cenário internacional, os Estados Unidos avançaram de forma significativa em negociações comerciais, firmando acordos vantajosos com Japão, Coreia do Sul e União Europeia. Esses pactos preveem ajustes tarifários, redução de barreiras às exportações americanas e compromissos de investimento em território americano. Como resultado, a bolsa dos EUA subiu 2,2%, enquanto as bolsas europeias recuaram quase 2%.
Já o aguardado acordo entre EUA e China foi adiado, mas as conversas seguem com sinalização positiva de ambas as partes. A bolsa chinesa manteve sua trajetória favorável no ano, acumulando alta de 4,5% no mês.
Em relação às carteiras da Auro Capital, julho apresentou estabilidade para os perfis mais conservadores e moderados. Já as carteiras com maior exposição a risco tiveram desempenho ligeiramente abaixo do CDI. Mantemos uma postura cautelosa na alocação, priorizando renda fixa pós-fixada e aproveitando oportunidades pontuais em prefixados e títulos atrelados à inflação, especialmente aqueles com isenção de imposto de renda.
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