Em outubro, os mercados financeiros globais e locais tiveram um desempenho fraco, com quedas nos principais ativos de risco, como ações e títulos de renda fixa de longo prazo. Mesmo os títulos de crédito corporativo de alta qualidade – que compõem a maior parte dos portfólios dos clientes da Auro – apresentaram rendimentos menores do que nos meses anteriores. Esse movimento reflete a cautela do mercado diante da alta da Selic e das incertezas em torno do aguardado pacote fiscal.
Nos Estados Unidos, os juros futuros subiram significativamente, refletindo preocupações com o aquecimento do mercado de trabalho e as incertezas quanto às propostas econômicas dos candidatos ao novo governo. Apesar dessas oscilações, a economia americana mantém um ritmo esperado de suave desaceleração, com o PIB do terceiro trimestre mostrando solidez, impulsionado pelo consumo das famílias. As expectativas de inflação seguem próximas da meta de 2%, o que sustenta a perspectiva de uma gradual redução de juros pelo FED (Banco Central americano). Ainda assim, o mês terminou com desvalorização de 1% na bolsa americana e queda de 0,54% na renda fixa.
No Brasil, o cenário econômico seguiu marcado por incertezas em relação ao pacote fiscal voltado para a redução de custos e estabilização da dívida pública. Embora o tema seja discutido há um bom tempo, ainda faltam definições claras, mesmo com as intensas movimentações políticas recentes. Esse contexto contribuiu para a alta do dólar (+6% no mês) e para a queda de 1,6% na bolsa brasileira. Um pacote fiscal aquém das expectativas pode gerar novas quedas na bolsa e nos ativos atrelados à inflação, além de pressionar o dólar e a taxa Selic para cima.
Por outro lado, o mercado de trabalho brasileiro mostrou dados positivos, com aumento nas contratações e redução do desemprego, reforçando as expectativas de crescimento do PIB para este ano. Para 2025, porém, o otimismo é mais cauteloso, já que os ganhos de renda são limitados e o governo deve reduzir os estímulos fiscais.
Na Auro Capital, estamos adotando uma postura conservadora nas carteiras dos clientes, atentos aos próximos desdobramentos do pacote fiscal. Se bem estruturado e adequado à necessidade de ajuste do país, esse pacote pode ser o impulso necessário para uma valorização dos ativos brasileiros, que hoje se encontram bastante depreciados.
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