Em junho, uma série de declarações do Executivo gerou preocupação quanto ao equilíbrio fiscal e à trajetória da dívida pública brasileira. Isso levou a uma alta significativa do dólar no mês (+6,05%) e a um aumento expressivo nos títulos da dívida pública. Esse tema, recorrente desde o início do terceiro mandato do presidente Lula, evidencia a dificuldade do atual governo (e do Congresso) em reconhecer os benefícios de uma política equilibrada de gastos públicos para a economia brasileira.
Um equilíbrio fiscal poderia reduzir o valor do dólar, conter a inflação, baixar as taxas de juros Selic e, consequentemente, estabelecer bases sólidas para o crescimento do PIB e a melhoria da qualidade de vida da população. No entanto, a realidade tem sido oposta: mais gastos resultam em um dólar mais alto, taxas de juros mais elevadas para a dívida pública, maior inflação, aumento da dívida pública e menor crescimento econômico a longo prazo.
No final do mês, algumas declarações foram suavizadas, mas ainda longe de abordar de forma eficaz o desafio que o Brasil precisa enfrentar para reformar suas finanças públicas. Do lado positivo, a economia apresenta um bom crescimento, com a melhora do desemprego e o aumento da renda, favorecendo as ações brasileiras no curto prazo.
Nos EUA, a economia continua robusta, com a inflação cedendo lentamente, o que gera um cenário otimista para uma possível redução das taxas de juros ainda este ano. As ações americanas valorizaram-se 3,5% no período, especialmente as de tecnologia. Esse movimento também beneficiou as ações de commodities brasileiras, resultando em uma alta de 1,5% na bolsa local. Na Europa, eleições na França e Inglaterra alteraram o panorama político, causando volatilidade nos mercados e uma desvalorização de 2,4% nas ações europeias.
A Auro tem feito ajustes pontuais nos portfólios de seus clientes e fundos, adotando uma postura mais conservadora em relação ao Brasil, mas ainda mantendo uma pequena alocação em ações locais. A prioridade para a parcela de risco das carteiras está em ações americanas e fundos multimercado neutros ("long & short"). O portfólio geral continua a se beneficiar das altas taxas de juros brasileiras, com a renda fixa permanecendo como a maior posição nas carteiras.
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