O destaque do mês foi a posse do governo Trump, e a divulgação de suas primeiras políticas, algumas bastante controversas. Por exemplo, as tarifas foram utilizadas tanto como ferramenta comercial em alguns setores, quanto como instrumento de negociação em pautas como imigração e tráfico de drogas. Enquanto alguns países cederam, outros responderam com tarifas sobre produtos americanos, aumentando a incerteza sobre os próximos passos do governo e elevando a volatilidade nos mercados.
Nos Estados Unidos, o Banco Central (FED) manteve uma postura cautelosa ao decidir não reduzir os juros, diante de uma economia resiliente e de uma inflação ainda acima da meta de 2% ao ano. O mercado agora projeta apenas um pequeno corte de juros no segundo semestre. Mesmo com juros mais altos que o esperado, a Bolsa americana continua se destacando, com o S&P 500 avançando 2,7% no mês.
No Brasil, o recesso do Congresso e a redução de declarações polêmicas do governo trouxeram mais tranquilidade aos mercados. Após um dezembro conturbado, houve recuperação dos preços dos ativos. Apesar das preocupações com o cenário fiscal e da alta da inflação de serviços, a pressão sobre o dólar e os juros futuros diminuiu. Com isso, a Bolsa brasileira subiu 4,9% e ativos atrelados à inflação tiveram ganhos de 1,07%. Os fundos de crédito privado – que investem em títulos de empresas de alta qualidade – também apresentaram um excelente desempenho, recuperando a menor rentabilidade de dezembro. O dólar cedeu quase 6%.
As próximas semanas devem trazer maior movimentação política, com as primeiras ações dos novos presidentes do Congresso, possíveis mudanças ministeriais e o impacto da perda de popularidade do governo. Seguimos atentos às próximas medidas de Brasília que podem pressionar as contas públicas e a inflação, mantendo o Banco Central em posição defensiva e com o desafio de divulgar novas altas na Selic.
Diante desse cenário, seguimos com uma estratégia mais conservadora, aproveitando as oportunidades das altas taxas de juros para proteger e rentabilizar os investimentos. As posições majoritárias estão em renda fixa de crédito privado pós-fixada, algumas oportunidades em títulos atrelados à inflação de alta qualidade e uma pequena posição em Bolsa americana.
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