Carta Mensal - Abril 2025
- Auro Capital
- 19 de mai.
- 2 min de leitura
Abril começou com forte movimentação nos mercados globais após o anúncio de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos, como parte da política da administração Trump para reduzir o déficit comercial e estimular a produção industrial doméstica. Os percentuais aplicados foram muito acima do esperado, provocando reações imediatas nos mercados e alimentando um cenário de possível estagflação: inflação de preços combinada com desaceleração do crescimento econômico.
As novas tarifas não pouparam nem aliados históricos dos EUA e foram particularmente altas com a China, com ambos os países reagindo com medidas recíprocas, atingindo mais de 100% de sobrepreço. Ao longo do mês, as tensões arrefeceram com o anúncio de uma trégua temporária de 90 dias de tarifas reduzidas e a abertura de negociações com os vários países. Esse alívio gerou reações positivas nos ativos financeiros: a Bolsa americana caiu apenas -0,76% no mês, enquanto a renda fixa global fechou praticamente estável (-0,02%).
Apesar da pausa, o ambiente permanece altamente incerto pois as negociações comerciais devem se estender por um longo período. O impacto mais provável para os EUA é uma inflação mais alta, ainda que transitória, e um crescimento mais fraco. Em contrapartida, outras economias devem se beneficiar da queda nos preços globais de produtos industrializados e da redução recente do petróleo. Nesse contexto, Europa, Canadá, China e outros países começaram a adotar medidas de incentivo fiscal e redução das taxas de juros internas, favorecendo seus mercados acionários. A Bolsa europeia subiu 3,8% no período.
Para o Brasil, o impacto direto das tarifas americanas foi moderado. O país ficou sujeito à alíquota mínima de 10% e deve se beneficiar com o aumento das exportações agrícolas para a China, enquanto a indústria local pode enfrentar maior competição com produtos chineses mais baratos entrando no mercado nacional.
O cenário global mais favorável e o maior fluxo para economias emergentes contribuíram para um bom ambiente para os ativos brasileiros. A Bolsa brasileira se valorizou 3,7% no mês e os investimentos atrelados ao IPCA subiram 2,1%, indicando maior apetite ao risco após um período muito longo de pessimismo e investimentos muito conservadores.
No geral, para a maioria dos perfis de investimento da Auro, as carteiras de investimento tiveram bons ganhos no mês.
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