O ano de 2022 foi de queda substancial nos retornos dos investimentos nos países desenvolvidos, principalmente nos EUA. Em 2022, a bolsa americana caiu quase 20%, as ações de tecnologia caíram 33% e a renda fixa se desvalorizou próximo de 15%. Isso foi provocado principalmente por uma rápida subida dos juros, impactando os ativos que estavam com preços muito superiores as médias históricas.
Em dezembro houve a mesma tendência, com queda das Bolsas em geral e na renda fixa de países desenvolvidos. A China foi uma exceção, com forte aceleração de seus ativos, devido a abertura da economia pós-covid. Acredita-se que essa volta terá percalços, principalmente devido a uma população com menor cobertura vacinal e sistema hospitalar limitado. Melhoras na economia chinesa terão impacto positivo relevante na agenda de exportações dos países emergentes, incluindo o Brasil.
Aqui, o foco esteve nas medidas aprovadas de transição e a preocupação com a trajetória da dívida pública, apesar de um “pacote” com menor impacto do que era esperado em novembro. Outro ponto monitorado pelo mercado foi a divulgação das novas equipes de governo, alternando alguns bons nomes nas secretarias com ministros trazendo mensagens preocupantes. Entre elas, questionamentos sobre reformas já realizadas, tais como: previdência, trabalhista, saneamento, privatizações, etc. Lula agiu para conter estes anúncios e organizar o processo, mas ainda não há clareza nestes assuntos.
Recentemente, invasões em Brasília mantiveram um clima político preocupante. A divisão do país continua forte e deverá impactar em decisões nas diversas esferas do governo, inclusive na pauta econômica.
Para 2023 espera-se um ano de desaceleração global, principalmente nos países desenvolvidos, com leve recessão na Europa e crescimento próximo de zero nos EUA. O aumento de juros continuará nestes locais, porém em menor escala, visto que a inflação está em trajetória descendente nos últimos meses. A China deve crescer próximo de 5%, melhor que 2022, porém em um patamar inferior ao histórico.
No Brasil, o consenso é um crescimento menor que 1% em 2023, e uma taxa de juros alta por mais tempo, com a nossa projeção da Selic saindo de 13,75% atualmente para 12,5% no final do ano.
A estratégia da Auro é manter os investimentos majoritários em renda fixa neste ambiente de queda da inflação e incertezas econômicas e políticas. Também esperamos capturar melhoras pontuais do cenário local através da alocação em um grupo de fundos multimercados mais adequados ao momento do mercado.
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