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Carta Mensal - Dezembro 2023

Dezembro consolidou a recuperação recente dos ativos globais, com destaque para os ganhos expressivos nas ações brasileiras (+5,4%) e na renda fixa indexada à inflação (+2,8%), proporcionando bons retornos aos portfólios dos nossos clientes.


Contudo, ao fazer uma análise anual, o ano teve alta volatilidade nos investimentos, tanto a nível local quanto global. No início de 2023, nossas carteiras, que estavam mais conservadoras e concentradas em renda fixa de crédito corporativo, foram impactadas pela divulgação da fraude nas Lojas Americanas. Isso gerou um grande estresse no mercado de crédito, resultando em desempenhos abaixo do CDI nos primeiros quatro meses. Embora tenhamos observado uma melhora nos ganhos dessa classe de ativos no segundo semestre, o acumulado anual ficou aquém das expectativas.


No segmento de ativos mais arriscados, a economia americana se comportou de maneira surpreendente em relação às previsões iniciais do ano passado. Enquanto os analistas esperavam prolongados aumentos nas taxas de juros internas, recessão econômica e declínio nas ações americanas, a realidade foi oposta. A bolsa dos EUA, especialmente as ações de tecnologia vinculadas à inteligência artificial, surpreenderam positivamente e encerraram o ano como um dos ativos mais rentáveis. O mercado atualmente considera que essas ações de tecnologia, que já estavam em patamares elevados de preços, se tornaram ainda mais caras.


No Brasil, a posse do novo governo se iniciou com previsões pessimistas para o PIB e a estabilidade fiscal. Ao longo do ano, testemunhamos considerável volatilidade nas expectativas, com declarações conflitantes do Executivo, um Congresso muito ativo e impactos locais decorrentes do desenvolvimento das economias americana e chinesa. No final, o PIB nacional cresceu cerca de 3% no ano, a inflação permaneceu controlada, e o Ministro da Fazenda demonstrou um compromisso em direção a uma disciplina fiscal. Com esses fatores e a expressiva recuperação dos ativos de risco globais em novembro e dezembro, a bolsa brasileira encerrou 2023 com um ganho de 22%.


Em retrospectiva, o maior impacto negativo nas carteiras, além do caso das Americanas, foi o baixo desempenho dos fundos multimercados, que incorreram em erros significativos na avaliação do cenário local e global, ficando consideravelmente aquém da meta de superar o CDI.


Para 2024, antevemos um ano igualmente desafiador. O principal risco reside em uma possível recessão, mesmo que moderada, nos EUA, e seus impactos nas outras economias globais. Além disso, teremos eleições presidenciais americanas, com os candidatos (até agora) adotando posições muito polarizadas.


Apesar da incerteza desse cenário, a Auro acredita que há espaço para alocação em ativos mais arriscados, dada a redução das taxas de juros locais e nas principais economias do mundo, o que pode gerar volatilidade a curto prazo, mas oferecer retornos relevantes em períodos mais longos.

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